segunda-feira, 1 de junho de 2015

Crônicas do Frio (Dia 1) – Auto-Retrato



Nota: Esse tema era do desafio do ano anterior (Junho 2014). Me confundi... Fazer o quê? [rs]
AUTO-Retrato

É, mãe. 1º de Junho. Acho a coisa mais clichê do mundo hoje ser uma segunda-feira acinzelada, fazer aquele frio e eu ter passado dois dias inteiros sem dormir. Dias de confissão ao lençol. Confesso, sim: minha vontade de desacelerar só um pouco.

Queria poder ouvir na rádio “... (Do I wanna know?) / If this feeling flows both ways ?/ (Sad to see you go) / Sort of hoping that you'd stay…”,  mas dei um jeito de quebrar o milésimo fone de ouvido. As músicas que eu gosto fazem falta. Principalmente no dia em que resolvo contar algo que vai deixar você pensando que, no mínimo, sou louco.

Descobri que gosto de um cara.

É, mãe. Pouco a pouco fui percebendo isso. E sim, confesso: é bom estar apaixonado e dividir o lençol em dias de confissão. Sem dormir por dias e ter passado aquele frio que acinzela toda feira – seja ela segunda, terça, quarta. Apesar de hoje o mundo ser a coisa mais clichê, é Junho.


Descobri que ele é um cara incrível e o quanto me faz bem. Que não preciso de muito mais além da sua presença pra que o dia seja melhor. Nos dias que estou mal, não preciso “correr mundo e fundos”, é só pegar o violão e, sei lá, tocar “Hey There Delilah” e tudo estará bem porque o terei sempre presente.

Cara, tão bom o ato de se descobrir.

Sem dúvida a coisa mais inédita, apesar da segunda-feira, são as confissões que faço a você. Hoje, coração em paz e vontade em punho, não me importo com tanto a mais. Só com o importante. Hoje acelero o passo, mas já já desacelero porque chegou Junho.
Belo e faz sorrir. Simpático e empático. Surpreendente – para o tempo ao divertir –. Evidência qualidades e trabalha comigo os defeitos (sabe que são difíceis e entende: o legal é ser melhor e não ser perfeito). Amigável, honesto, alegre e leal.

Amar é tornar caro e não desdizer e cobrar.

Chato e inconveniente. Impetuoso e exigente. Metido a inteligente. Franco; transparente. Hoje tudo isso é menos – bem menos. Quando o Media Player do Nokia grita “…What if I say I'm not like the others? / What if I say I'm not just another one of your plays?...” eu entendo que eu não preciso provar que não preciso provar nada pra ninguém.

Me apaixonei, mãe. É, e por um cara. O cara. E como o próprio diz só um cara. Hoje amo-o – do jeito que é. Está sempre comigo, inclusive agora. Enquanto escrevo, aqui olhando pra mim, quando olho para o espelho.

É, mãe. 1º de Junho. Acho a coisa mais clichê do mundo ser uma segunda-feira acinzelada, fazer aquele frio e eu ter passado dois dias inteiros sem dormir. Mas, mais clichê ainda é aprender amar o cara que você já me esfregava na cara que eu deveria ter feito isso faz uma cara... 

Eu mesmo.



#PHpoemaday

Nenhum comentário:

Postar um comentário